terça-feira, 27 de novembro de 2012

O que sua árvore de Natal diz sobre você?


 Árvores de Natal contam histórias. Não estou falando daquela história lá do menino Jesus e os reis magos. Acho que quem conta essa é a bíblia, ou quem sabe o presépio. As árvores enfeitadas contam histórias de seus donos. Quem eles são, do que gostam, e como se relacionam com as tradições e com a decoração de seus ninhos.
Desde pequena, considero o momento de montar a árvore especial. Quando eu era criança, a gente usava pinheiros de verdade na decoração. No começo, eles eram plantados durante o ano e cortados para o Natal. Depois, começamos a comprá-los em vasos. Além de ficarem lindos, cheios de nossos enfeites preferidos, eles deixavam a casa toda com cheiro de madeira e seiva, uma delícia. O problema era o que acontecia depois das festas. Invariavelmente, a árvore morria, mesmo que a gente tentasse plantá-la no jardim, e cuidasse direitinho.
                                            
Cansados de matar árvores, decidimos comprar uma artificial. Mas devo confessar que sempre a considerei frustrante. Ela parecia um aglomerado daquelas escovinhas pontudas de limpar mamadeira, ocupava um super espaço quando guardada, e não tinha nem o cheiro de pinheiro, nem a cara da nossa casa. Quando fui morar sozinha, decidi não investir em uma dessas. Todos os anos, decoro a minha planta da sala, que já foi um cacto e agora é uma espécie de trepadeira. Piro na decoração: coloco bolas, luzes, até mesmo aquela estrela no topo e a bengala de papai Noel. Fica ridículo? Deveras. Mas os amigos e o namorado apoiam. Faz parte do espírito natalino.
Acredito que mais gente pensa como eu, e quer fazer árvores de natal que fujam do comum, não morram e também não foram produzidas em massa na China. Árvores que não custam quase nada, e não ocupam espaço nem quando montadas na sala, nem nos outros 11 meses do ano, no armário. A Thaís, minha colega de editoria aqui da Época, está fabricando a própria árvore há vários dias. Já foi na 25 de março, rua de comércio popular de São Paulo, e está com as mãos calejadas de tanto cortar e moldar arame. Mas quer alegrá-la? Basta perguntar sobre sua árvore e vem um sorrisão. Porque fazer algo com as próprias mãos dá orgulho, e transfere significado para o objeto montado. E não é o significado a coisa mais bacana do Natal?
                                  
Margarida Telles é repórter de ÉPOCA em São Paulo.


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